quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Salve Erês!


"Quando a Lua brilha no céu
clareia a Umbanda
Clareia a Beijada
que vem
lá de Aruanda"


terça-feira, 25 de setembro de 2012

Qual a melhor defesa contra feitiçaria?


Qual a melhor defesa contra feitiçaria? Seriam amuletos? Seriam outros feitiços? Seria procurar uma igreja e/ou acreditar em Jesus? Contrariando crendices populares, sou obrigado a revelar que  de acordo com meu entendimento, nenhum dos itens citados acima representa grande proteção contra esta "arma" mística.

Para explicar o motivo, precisamos entender em primeiro lugar o que é a feitiçaria. Importante salientar, que ao contrário do que muitos creem existe diferenças gigantescas entre magia, feitiçaria e oferenda, não vou entrar em detalhes, porque já o fiz no meu livro Umbanda uma visão Esotérica. Sei que há os que acreditam que é "tudo manipulação de energia", sendo portanto semelhantes, fazendo uma analogia isto seria o mesmo que dizer que os alimentos são "todos iguais", afinal "todos vão para o estomago", esquecendo que enquanto alguns alimentos vitalizam o corpo físico prolongando a existência corpórea, outros acabam encurtando nossa vida, nos matando a médio prazo.

Poderíamos chamar a feitiçaria de "feitiçaria astral", isto porque (muito diferente da alta magia), ela normalmente só atua pelo plano astral (e em planos intermediários interiores a este). Para quem não sabe, o plano astral trata-se do plano das emoções humanas, da passionalidade. Portanto as pessoas mais vulneráveis aos feitiços, são justamente aquelas que se deixam levar mais facilmente pelas emoções (não confundir sentimentos com emoções), pessoas passionais são como um fantoche nas mãos do feiticeiro, que realmente a manipula a distância com certa facilidade.

O feiticeiro não é um ser onipotente, porém suas "fórmulas de bolo" (feitiços aprendidos) quando executados com certa habilidade, acabam proporcionando alguns efeitos, muitas vezes com consequências graves. Importante lembram que nem sempre o "mecanismo" do feitiço necessita atingir a pessoa diretamente, já que atingindo alguém próximo (familiar, conjugue, etc.) poderá lhe prejudicar "por tabela". O feitiço normalmente tem o objetivo de desequilibrar a vítima  emocionalmente, atacando seu ponto fraco (que pode ser o orgulho, a inveja, a sexualidade, o vício, etc.). Muitas vezes são somente energias manipuladas com este propósito, em outras há a interferência de um ou mais marginais do astral, semelhante a um criminoso do mundo físico, porém invisível e imperceptível para a grande maioria das pessoas.

Quanto aos métodos de proteção citados no inicio do texto, amuletos representam certa proteção contra a feitiçaria astral, alguns mais, outros menos, porém sozinhos não podem realizar "milagres", não realizarão todo o trabalho de defesa. Outros feitiços podem representar um "método paliativo", realmente não resolve a questão, somente "alivia o sintoma" a curto prazo, adiando futuros problemas.

Salientando que nós do Sol de Aruanda somos extremamente contra qualquer prática de feitiçaria, não somos feiticeiros e não recomendamos qualquer envolvimento com o mesmo, nem que seja como uma forma de "contra ataque", já que tudo que fazemos tem consequências, pois o Karma é inevitável. Tudo que vai, depois volta, tudo que sobe, uma hora ou outra desce. Existem trabalhos de magia que podem "bloquear" temporariamente a capacidade de alguém prejudicar por meio de feitiço outra pessoa, chamamos isto de "trabalho de bloqueio", porém encontrar um magista confiável, que conheça esta técnica e tenha competência de executa-la, é realmente muito difícil nos dias de hoje.

Quanto a igrejas e Jesus... primeiro que atualmente no Brasil há muito mais pastores feiticeiros (ou que trabalham junto com feiticeiros) do que pais de santo. Basta perceber o número de "possessões" dentro de diversas igrejas, obviamente muitos casos são pura encenação, peças teatrais "caça-níquel" (ou caça-dízimo), para através do medo e da ignorância tirar vantagem dos menos desvalidos. Porém em alguns casos a pessoa realmente sofre alguma influência "externa" de seres invisíveis que estão ali dentro do templo para este propósito, foram "invocados" pelos próprios pastores e dirigentes de certas igrejas, direta ou indiretamente. Portanto o problema não está fora, mas dentro, como isto serviria para alguma forma de proteção?

Quanto a crer em Jesus... sei que muitos creem que esta seria uma proteção eficiente, mas a verdade é que para a realidade manifestada, pouco importa no que nós cremos. Podemos crer tanto em Jesus como no Papai Noel ou no coelhinho da páscoa, a crença é um fator interno, não externo, pouco importando para a mecânica da feitiçaria.

Então qual seria a melhor proteção contra a feitiçaria? Certamente o controle das próprias emoções e a boa índole. Como eu disse, a feitiçaria atua no plano astral, portanto nos atinge no campo das emoções, quanto maior o controle que eu tiver sobre as mesmas, mais difícil será de eu ser prejudicado. Quanto a questão da boa índole, o feiticeiro tenta nos atingir pelos nossos pontos fracos, quando menos "pontos fracos" (desvios de caráter) eu tiver, mais difícil será dele encontrar uma "brecha" em minhas defesas naturais.

Quanto as entidade espirituais protetoras, elas não irão escolher quem irão proteger pela crença ou religião, mas pelas obras que o indivíduo realiza, pelos benefícios que ele pode proporcionar para a humanidade, estando portanto a índole diretamente relacionada com este fator.

CAMOS

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Pontos Cantados - Ogum Shoroquê

Não tem como conhecer a Umbanda sem conhecer os pontos cantados, afinal eles são a "oração" do umbandista.

E para abrir este trabalho, nada melhor que iniciar compartilhando o ponto cantado do meu guia chefe, o Sr. Ogum Shoroquê.

Segue vídeo abaixo, saravá, ogunhê:

CAMOS

Santíssima Trindade na Natureza


Há alguns conceitos nas religiões e mitologias que se repetem, isto porque se tratam de representações simbólicas de "algo" que literalmente existe na natureza.

Um muito conhecido e evidente em todas as culturas, é a trindade. Há trindades em praticamente todas as religiões, representadas através de mitos diferentes mas que se equivalem.

O mais comum é a representação de um símbolo masculino e outro feminino (Yin e Yang, positivo e negativo), seguidos de uma "derivação" destas condições, o "filho", que é o resultado, ou o símbolo da vida.

Sei que no cristianismo estes três símbolos são masculinos, mas este fato vem de uma deturpação proposital, que tinha a intensão de tirar a "divindade" da representação feminina, deixando a mulher em uma posição inferior, oprimindo-a socialmente, tornando-a submissa ao homem.

Voltando ao simbolismo real (desconsiderando a deturpação cristã), no âmbito da física e da metafísica, eu já escrevi três textos exemplificando esta questão, todos podem ser encontrados no link: 


Neste texto, pretendo mostrar para o leitor onde podemos encontrar os representantes da trindade manifestados no nosso mundo objetivo, no mundo físico em que habitamos, o que é bastante simples.

Para os ocultistas esta trindade é bastante conhecida, se trata da Luz (naturalmente a luz do sol), Calor (derivado da luz) e a Umidade (água). Sei que para opositores do ocultismo, esta é considerada de alguma forma uma trindade "maligna", mas isto não passa de uma fantasia preconceitua, pois como poderia ser "do mal" as três condições básicas necessárias para que haja vida?

A Luz do Sol é nossa unica fonte de energia natural, só há vida na Terra, graças ao Sol (http://cronicasespiritualistas.blogspot.com.br/2012/06/deus-sol.html) , o Calor é a transmutação de sua "energia original", a Luz, sendo portanto o filho. Temos a energia "fonte" (luz solar), que poderíamos chamar analogamente de "Pai", a luz entrando em contato com elementos físicos, logo se converte em Calor, ou o Filho, a derivação.

Entenda, sem calor não há vida, nada sobrevive sem estes dois elementos (aliados ao terceiro que já vou citar), nosso corpo necessita de calor para permanecer vivo, nós gastamos energia para gerar nosso próprio calor. Nós geramos energia (para posteriormente gerar calor) nos alimentando, de animais ou vegetais, que por sua vez foram "energizados" pelo próprio sol (no caso do animal se alimentou de um vegetal, ou de outro animal que se alimentou do vegetal, de qualquer forma a fonte original da energia é a fotossíntese). 

Você pode imaginar que se aquece usando vestimentas, mas na verdade a vestimenta só existe para que não haja perda do calor gerado pelo seu próprio corpo. Fisicamente falando, não existe frio, somente a ausência de calor, que é uma energia. Ou seja, com a energia calor há vida, sem ela, tudo morre.

Trata-se de um ciclo, uma cadeia, todos estão interligados e são dependentes do nosso Astro Rei (Sol) e da "graça" que ele nos concede (doando energia e vida). Quanto ao princípio feminino, se encontra no elemento básico da vida, a água, ou umidade, que é a "Mãe" fecundada pelo Pai (Luz e Calor), gerando portanto o filho (Vida).

Esta é a trindade sagrada encontrada na natureza, tão simples, tão presente e necessária, mas ao mesmo tempo tão ignorada pela grande maioria, que prefere interpretar os mitos ao pé da letra, ao invés de simplesmente observar o mundo como ele realmente é.

CAMOS

OBS: É por esse motivo que os Orixás femininos sempre são representados (ou manifestados) pela água na natureza. Oxum nas águas dos rios, Yemanjá nas águas do Mar, Iansã na chuva, etc.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

O MAGO - por CAMOS



O Mago aprendeu a olhar o mundo ao seu redor e aprender com ele;

O Mago compreende a unidade e por isso vê a todos como seu semelhante;

O Mago respeita a natureza e os animais, pois sabe que são nossos irmãos menores;

O Mago respeita até a opinião de uma criança, pois sabe que habita ali um Deus;

O Mago presta muita atenção no que se alimenta, pois sabe que é daquilo que irá constituir seu corpo físico;

  
O Mago respeita a diversidade, a liberdade e diferentes pontos de vista, pois sabe que o mundo espiritual é abstrato;

O Mago conhece as energias ao seu redor, podendo assim usa-las ao seu favor;

O Mago sabe que o corpo é apenas um veículo, não deixando assim se escravizar por ele;

O verdadeiro Mago não segue a tradição, ele aprende com ela, à utiliza quando necessário e progride em sua evolução.

CAMOS

segunda-feira, 17 de setembro de 2012





Uma história contada por Pai Onofre.

"Essa história é a mais antiga que os mais antigos lá das nossas bandas fazem o conhecido.
Faz o contado os mais velhos entre os mais velhos, que nos primórdios dessa religião, aqueles que foram os primeiros, e portanto são os mais grandes (instruídos) entre nós, quando fizeram o resolvido que voltariam a fazer o comunicado com os filhos encarnados, fazendo o utilizado assim dos aparelhos mediúnicos, eles fizeram o analisado das religiões que já existiam. Eles olharam para as igrejas e sinagogas e fizeram o enxergado de muita riqueza, ostentação e adoração, e devido a isso, decidiram não ser prudente fazer ali o seu manifestado. Eles olharam para a religião dos africanos e decidiram que ali onde havia derramamento de sangue também não podia ser o local de seu manifestado. Fizeram o tentado também nas filosofias espiritualizadas, que fizeram o chegado da Europa, mas fizeram o percebido que os frequentadores dessas vertentes tinham se embrutecido a mente pelo excesso de intelectualidade, tinham se tornado orgulhosos, se achavam sabedores de tudo e não sabiam mais o significado de humildade.  Assim, os primeiros guias fizeram o decidido de fazer o surgimento de uma nova religião, moldada nas crenças indígenas e em outras mais antigas, uma religião que seria propositalmente identificada com os mais desvalidos e por isso classificada como religião de preto, pobre e ignorante pela maioria; pois só ali na simplicidade de coração humilde e sincero nosso trabalhado poderia ser realizado."

  
(Se a pedra é dura, dura de quebrar...
Coração que não bambeia, hoje tem que bambear...)

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Religiosidade Natural


O que nós do Sol de Aruanda chamamos de religiosidade natural, se refere a um tipo de religiosidade onde as leis da natureza são soberanas, onde os mitos religiosos são interpretados como alegorias, necessitando portanto serem decifrados.

É uma religiosidade de olho nas estrelas, atenta as novas descobertas científicas e principalmente as descobertas astronômicas. Entendemos que nosso conhecimento é limitado, portanto não somos detentores de verdades absolutas, já que a busca é constante.

Uma caminhada quase sem fim rumo ao encontro de nós mesmos, onde não há espaço para Deuses antropomorfos, pois em essência já somos UNOs com tudo o que existe, sendo soberanos na existência e ao mesmo tempo submissos as nossas limitações auto-impostas.

Mais contemplação e reflexão do  que adoração, é a religião do aprimoramento humano, livre do dogmatismo, dos preconceitos e da autoridade das instituições, das literaturas ou dos sacerdotes. Pois cada praticante é um sacerdote por si só e nossa literatura sagrada é a própria natureza, nosso templo é o mundo, não há lugar que não seja sagrado, não há como estar "fora" Daquilo que tudo abrange, não há favoritos ou escolhidos.

O caminho individual, posteriormente compartilhado, o ser humano sozinho consigo mesmo e ao mesmo tempo UNO com tudo, contemplando e se identificando com o universo.

A verdadeira vida contemplativa, sem busca por salvações ou recompensa, sem medo de um castigo, mas guiado pelo amor a existência.

É fácil perceber seguindo este princípio que talvez haja mais pessoas verdadeiramente religiosas fora dos templos do que filiados a alguma doutrina.

No final o que importa não é o nome do santo que se grita, nem o livro que se tem aberto em cima da mesa, mas a maneira como se vive.

CAMOS

terça-feira, 11 de setembro de 2012



Orixá não é Deus, tampouco um Deus. Orixá não é anjo, não é santo, não é espírito. Orixá é "outra coisa" para a qual não há palavra equivalente em nosso idioma, não há adjetivos precisos que o possam definir, é uma espécie de força primordial ou original que anima tudo o que existe. Os Orixás são como as cores primárias, que uma vez misturadas, mescladas, podem gerar todas as outras. É a fonte original da manifestação da vida, que refratada em um prisma, se diferencia e se manifesta em múltiplos aspectos. A questão não é orar e pedir auxílio dos Orixás, mas conectar-se com estas energias e banhar-se ou beber direto da fonte, evitando as impurezas.
Sr. Ogum Rompe Mato

segunda-feira, 10 de setembro de 2012




Por uma religiosidade natural, livre de feitiçarias, sincretismos cristãos, submissão à igrejas. Livre da adoração cega e de salvadores. Por uma espiritualidade que não é temente nem pedinte, mas que investiga, analisa, compreende e acalenta.