terça-feira, 9 de outubro de 2012

E aquela macumba da esquina?



Nós do Sol de Aruanda, somos extremamente contra aquelas "oferendas" realizadas em esquinas, que além de sujar a cidade, ainda degradam muitos pseudo-religiosos. Se trata de uma prática de feitiçaria da pior espécie, originada de confusões e deturpações diversas.

Nós não consideramos esta uma prática pertencente a Umbanda, ao menos não por aquilo que entendemos como Umbanda (embora saibamos que muitos praticantes vão pensar de maneira contrária).

Como poderia esta ser uma prática umbandista, se a maioria utiliza sacrifício animal? Prática inexistente na Umbanda...

Como poderia ser uma prática Umbandista a poluição e sujeira? Se esta tem a natureza como o que há de mais sagrado... devendo portanto preservá-la acima de tudo.

Será que esses praticantes que utilizam estes métodos torpes, fazem ideia de que tipo de entidades se beneficiam daquela comida deixada ao relento? Será que alguém realmente acredita que sejam os Guias espirituais? Ou pior... os Orixás?

Os únicos seres que se beneficiam daquele alimento são os Eguns (fantasmas, mortos), seres que ainda presos às necessidades básicas da última existência, e que fazem "qualquer trabalho" em troca de um prato de comida... literalmente.

Para quem não sabe, eu diferencio Eguns de Guias espirituais, pois enquanto estes habitam o plano astral em caráter missionário (por vontade própria, para nos auxiliar) os primeiros são seres que ainda não encontraram "seu caminho", ou em casos piores, até já se desassociaram da alma imortal (se tornando os seres conhecidos como Cascões, uma espécie de Zumbi astral).

Aquela comida é portanto necessária para revitalizá-los, saciando suas "vontades" e dando-lhes mais um tempo de existência naquela condição ilusória de vida. Em muitos casos são verdadeiros criminosos da espiritualidade, viciados, que podem fazer tudo ao seu alcance para sustentar seus vícios.

Muitos desses "pobres coitados" podem ser comparados aos dependentes químicos do mundo físico, pois eles realmente são viciados em sensações que tiveram durante a vida corpórea, as quais posteriormente devido ao desencarne físico, acabaram sendo privados.

Essas feitiçarias clandestinas de baixo calão, são como já mencionei, derivadas de deturpações, confusões, do mau entendimento de praticantes e pseudo-sacerdotes, que imagino desconhecerem a inevitável lei de Karma, caso contrário saberiam que estes "favores" obtidos realmente não compensam as consequências futuras.

Não devemos temer a vida, tentar se esquivar das vicissitudes do dia-a-dia e imaginar que isto é "normal" e que não terá consequências lá na frente, é uma alienação existencial.

CAMOS

para quem quiser saber se estas práticas tem eficiência e como podemos nos defender delas, ler o texto:

14 comentários:

  1. Não gostei disso Camos, você deve especificar melhor. Voce esta falado de Exu pagão ou Exu-quiumba que não sabe distinguir o bem do mal e trabalha para quem pagar mais. Não é confiável, pois se for apanhado, é castigado pelas falanges do bem e volta-se contra quem o mandou. São os quiumbas da Umbanda tradicional.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Marcelo, obrigado por comentar.

      Então, eu não me referi a Exu nenhum neste texto, me referi somente a Eguns.

      Quanto a esta divisão de Exus, Pagão e Batizado, não utilizo, pois leva a entender que Pagão é inferior a Cristão (a crença da maioria por séculos), nós não adotamos este conceito.

      Quanto ao que entendem por Exu Quiumba (prefiro a grafia Kiumba), dentro do nosso entendimento não se tratam de Exus, mas de Kiumbas que se passam por Exus, esses sim costumam pedir "muitas" coisas nas esquinas...

      Excluir
    2. Oi Camos,

      Todas essas referencias que citei são utilizadas na umbanda desse mundão a fora. O que eu quis dizer é que o que escreveu é generalista demais. Se voce for aguadar Zé pilintra voce vai entregar na pedreira? É disso que estou falando. Da forma como foi escrita ta parecendo errado agradar seu Zé. Salve a malandragem!!!! é só isso irmão.

      Excluir
    3. Oi Marcelo... pode ser que eu tenha sido sim, é um texto de blog, para o pessoal ler, tem que ser meio "curto e grosso", textos mais longos são guardados para livros.

      Mas há outras formas de "oferendar" e "conectar" com os guias do que deixar um prato de comida, ou algo do tipo.. vou abordar estas questões em outros textos, como eu disse, esse tipo de oferenda considero uma deturpação.

      no meu texto, não citei nem Exu nem mestre Zé pilintra, não é questão de "agradar ou não agradar eles", a questão é que essas "crendices" de "esquina" são mais interpretações dos praticantes do que métodos autênticos de conexão ou louvor

      lembrando novamente que muitos Eguns e Kiumbas se passam pelas entidades... então as vezes tu acha que está agradando o Guia e na real é um "farsante", literalmente

      Sobre as terminologias Exu pagão, Batizado e Coroado, conheço, sei que são quase unanimes... mas dentro da minha proposta, sou obrigado a rechaça-las, pois passam a imagem que Paganismo seria algo inferior ao Cristianismo... o que ao meu ver é justamente o contrário

      saravá e muito axé

      Excluir
  2. Nem toda oferenda feita nas encruzilhadas são feitiçarias.
    A encruzilhada é um local simbólico de Exu e Pombagira, e em algumas situações podem sim ser solicitadas oferendas no local, por um guia espiritual da Esquerda.
    É claro, hoje em dia não é tão necessário por conta que há santuários de Umbanda, mas antigamente quando não tínhamos estes espaços justamente para nossas oferendas, os guias solicitavam sim, quando era REALMENTE preciso uma oferenda na encruzilhada.
    Quando ao assunto de alimentar Eguns, etc. Eu acho um pouco relativo. Tem muitas coisas que não encontro sentido...
    Já li livros do W.W da Matta e Silva que diz que dendê é agradável ao "paladar" de kiumbas. Já vi livros em que dizem que é inaceitável o uso de carnes em oferendas. Enfim, mas eu acho que tudo é questão de opção.
    Se o guia solicita tal elemento, é por que ele aprendeu á atuar com ele. Seja carne, dendê, frutos, flores, etc.
    Está no campo de atuação dele e é o axé que ele usa para tais magias.
    Afinal, não seria mais fácil para um espírito viciado ir em um bar, açougue, loja de dendê... enfim. São coisas que eu realmente não encontro sentido... Mas é só uma opinião :]

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. realmente, os Eguns vão nos bares, açougues e demais lugares.. porém lá falanges inteiras de outros Eguns, muita concorrência, portanto o "prato feito" da esquina é mais interessante

      realmente, a encruzilhada é um lugar SIMBÓLICO de Exu e Bombogira (para ser mais exato, as de 4 pontas são do Exu e as de 3 pontas da Bombogira)... sendo SIMBÓLICO, não pode ser interpretado literalmente. Não significa que ali seja o "local para oferenda", mas que essas são entidades que fazem a "ponte" entre muitos tipos de energia e mesmo entre planos de Existência... são os protetores e mensageiros

      realmente, nem toda oferenda é feitiçaria, eu explanei esta questão no detalhe no meu livro Umbanda uma visão Esotérica, no blog eu tenho que simplificar os assuntos, para o texto não ficar muito longo

      Excluir
  3. boa tarde, sou umbandista há 20 anos, fiz toda minha preparação em uma casa que pratica o ritual de sacrifícil de animais, nunca concordei com essa prática, mas não conheicia nem uma casa que não sacrificasse, quando era pra eu sair sacerdote, me afastei, pois sabia que não iria seguir com aqueles fundamentos, agora estou sem casa, sentindo cobrança e não sei como resolver esse problema, se puder me orientar agradeço, meu email é aguiadourada21@hotmail.com

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. pois é, essa é uma grande dificuldade, encontrar uma casa que seja realmente de Umbanda e acima de tudo, que seja confiável

      são muitas misturas, aqui no Sul o pessoal abre cada de Nação Africana (nada contra, mas é outra religião) e colocam Umbanda na porta, realizando a gira de caboclos uma vez por semana... porque Umbanda "dá público"

      a melhor recomendação que posso te dar é a leitura, pois aí tu terá o dicernimento para entender o que "é e o que não é"

      recomendo obviamente meu livro Umbanda uma visão Esotérica e também os livros do autor Roger Feraudy (Umbanda essa desconhecida e/ou Serões de Um pai velho

      Excluir
  4. Adorei o texto bastante esclarecedor...Parabéns continue com teu blog está sendo de grande ajuda para quem esta iniciando agora.
    Kolofé

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. muito obrigado pelo comentário e pelo incentivo... pode deixar que continuaremos sim, este é só o inicio do trabalho

      em breve pretendo lançar também meu segundo livro

      Excluir
  5. "Quiumbas da Umbanda tradicional"
    Isso realmente me chateia, irmãos umbandistas dividindo "as umbandas". Precisamos nos unir, não importa se aquele irmão toca pra Umbanda Sagrada, Umbanda de Angola, Umbanda Esotérica, ou o que for...
    Se é Umbanda, não cultua quiumba. Exu é Exu e quiumba e quiumba.
    Umbanda é o que é e o astral permite que nós, dirigentes e médiuns, molde a forma que ela seja.
    Eu mesmo tirei a prova, sou médium de Umbanda Sagrada e sempre fui dessa "vertente" (são terreiros que seguem mais a teologia do Rubens), e fui em um terreiro que colocou bem grande em sua faixada: UMBANDA CRISTÃ!
    Começou a gira... Atabaques não tinham, mal se falava em Orixás (e sim em santos católicos), saudar Exu? Nem pensar...
    Chamada de Pretos-velhos e adivinham, apesar deles (médiuns e dirigente) destacarem o tempo todo que eram CRISTÃOS, os Pretos-velhos se manifestaram da mesma forma que se manifestam na Esotérica, Sagrada, Iniciática, ou qualquer uma forma que NÓS HUMANOS, damos á Umbanda. Simples, humildes, com seus cachimbos curadores e palavras transformadoras...
    Por isso que eu digo, eu fico muito indignado com o pessoal dividindo em seus livros que aquela umbanda ou essa faz de forma errada.
    No próprio livro de Ramatís, ele diz que é inaceitável oferendas com carne, mas no mesmo capítulo diz que todo umbandista deveria seguir a Umbanda do Caboclo das Sete Encruzilhadas.
    Quem lê sabe, até hoje na Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade a oferenda de Ogum é simplesmente sarapatel, que na época de Zélio foi solicitada por Orixá Malê (que na minha humilde opinião, era um Exu, rs)
    Enfim, só acho que devemos respeitar a umbanda do outro e como ele pratica...

    Camos, quando puder vc poderia escrever um pouco Pombagira? VLW.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. muito obrigado pelo comentário, bem significativo, eu particularmente não entraria em um terreiro intitulada "Umbanda Cristã (preconceito mesmo), já que um dos meus objetivos é justamente "libertar" a Umbanda da dependência do cristianismo

      no meu novo livro estou escrevendo bastante sobre Exu e Pombagira (ou Bombogira, enfim), tem uns 3 capítulos sobre eles... aqui no blog tenho um texto para muito breve (acho que semana que vem já posto), que vai quebrar justamente aquela ideia de que "linha de esquerda" seria inferior a da direita...

      sobre o Orixá Malê, não imagino que fosse um Exu, mas um Ogum mesmo... só que como outros Oguns que já vi por aí, não deveria ser caboclo, mas uma hierarquia acima (existem manifestações desse tipo)

      Excluir
    2. camos o seu terreiro fica onde?

      Excluir
    3. boa pergunta... eu no momento não tenho um "terreiro", tenho um quarto na minha casa onde atendo "conhecidos", ainda não tenho estrutura física (nem corrente mediúnica, pois somos somente minha esposa e eu) para abrir para o grande público

      ainda pretendemos "ampliar" nossas instalações... mas no momento a prioridade está sendo as obras escritas, pois consideramos um grande trabalho o esclarecimento dos Umbandistas e simpatizantes

      resido na cidade de Caxias do Sul RS

      Excluir